O Quilombo São Roque

Contar a história da comunidade de São Roque é narrar um dos episódios tristes da história do nosso país.
A comunidade de Pedra Branca, como era conhecida nos tempos dos antigos, como costuma-se falar por aqui, recebia esta denominação devido a uma pedra branca, “uma formação rochosa, localizada nas encostas da serra geral (onde está instalado o cemitério) e ao longo dos rios Mampituba, Josaphaz, São Gorgonho e Faxinalzinho. Por ali desciam os escravos fugidos das fazendas de cima da serra” (São Francisco de Paula) e para onde os ex escravos foram após a abolição construindo um território de resistência e liberdade. Possivelmente foram os escravos de três famílias que deram origem a comunidade. “Os Nunes, os Monteiro e os Fogaça, sobrenome estes que foram adotados pelos escravos.”
A comunidade tem sua história ligada ao trabalho em pequenas roças sendo transportada em pequenos cargueiros, sendo esse o meio de subsistência dos antepassados. A divisão do território dava-se por meio do sistema de grotas.
No ano de 1945 a comunidade foi rebatizada como São Roque, devido a chegada da imagem do santo que dá nome à comunidade e da construção da antiga igreja destruída pela enchente de 1974.
Em 2004 a Fundação Cultural Palmares certifica que a comunidade São Roque, localizada no município de Praia Grande, Santa Catarina é Remanescente das Comunidades dos Quilombos e reconhece São Roque como comunidade Quilombola.
Comunidades Negras de Santa Catarina: narrativas da terra, ancestralidade e ruralidade/Organização, Clayton Peron Franco de Godoy, Marcos Monteiro Rabelo,- Florianópolis, SC: Iphan/11ª Superintendência Regional, 2008.