Primeira rodoviária de Praia Grande
A primeira rodoviária de Praia Grande tem uma história curiosa. A primeira rodovia de tráfego automotivo que ligava outras cidades a Praia Grande, foi a rodovia Nereu Ramos, SC-108. A partir de então, empresas de transportes coletivos deram início ao transporte de pessoas. O senhor Vergílino Francisco Pereira havia se mudado de Rua Nova para Praia Grande no ano de 1947, justamente porque com a nova rodovia, ares de progresso chegavam na região. Primeiramente, exerceu a profissão de barbeiro, tentou ainda atuar como balconista nos comércios existentes na época. Como em vários praiagrandenses daquela época, havia um incansável espírito empreendedor. Adquiriu e tornou-se proprietário de uma fábrica artesanal de doces de banana e posteriormente de um bar. Esse bar passou a atender a todos que chegavam à cidade através dos raros ônibus que faziam precariamente as rotas entre as mais distantes localidades.
Com o passar do tempo o bar se tornou rodoviária e Seu Virgilino constrói na parte superior do seu estabelecimento, localizado na praça central, um hotel para abrigar os viajantes. Num outro período abre um restaurante anexo ao bar/hotel rodoviária.
A primeira rodoviária de Praia Grande surge através do empreendimento de Virgilino. Por muitos anos foi o principal ponto de referência para os passageiros das empresas de transportes União, Unesul e Mampituba. O fluxo de pessoas na rodoviária era intenso, decorrentes do deslocamento do pessoal do interior para o centro, de visitantes aos Canyons, estudantes vindos do interior, além do retorno daquelas pessoas que foram em busca da sorte em outras localidades e que agora vinham visitar seus familiares.
Seu amor pela cidade é observado num dos seus últimos atos pessoais. Doa para a Prefeitura de Praia Grande um terreno localizado na Rua Padre Humberto Oenning, no qual foi construída a nova rodoviária da cidade. O objetivo da doação foi conceder uma área mais adequada para receber os ônibus. O novo terminal passou a se chamar Arina Pereira, esposa do Sr. Virgilino, uma singela homenagem àquela que durante muitos anos se dedicou a acolher com muita dedicação e carinho as inúmeras pessoas que passavam pela antiga Rodoviária.
Fonte: Aléx de Aguiar Pereira (afilhado e sobrinho do casal) adaptação Secretaria Municipal de Cultura.
Fotos: praiagrandedoscanyons.com.br; onibusbrasil.com; Luiz Antônio Catafesto; Frank Lummertz, Marina Réus.