TRANSPORTE: A ERA DO CARRO DE BOI

Uma família do meio rural possuir uma junta de bois, muito fez parte do comum cotidiano. Na lida da roça ou do campo, a ajuda desses animais era imprescindível. Usado para tração, para puxar o arado, a zorra e carros de boi.

O carro de boi foi meio de transporte de pessoas e mercadorias. Foi uma das invenções mais simples e primitivas do ser humano. No Brasil, desde a época colonial esse veículo de tração animal foi útil para o desenvolvimento estrutural e econômico das famílias, das comunidades e do país. Para tanto, era necessário ter e cuidar, de preferência, de uma junta de touros fortes. Esses animais que recebiam uma atenção especial na fazenda, geralmente, recebiam nomes bem curiosos: Estrelo, Malhado, Alazão, Astro, Dengoso, Mimoso, Mostarda, Precioso, Pintado e por ai vai.

O carro de boi, sempre contou com uma série de equipamentos. Além do carro que poderia ter duas ou quatro rodas, possuía a canga, o cabeçalho, tamboeiras, cambão, etc. As juntas dos bois eram unidas pelas “cangas” que, por sua vez, eram ligadas ao cabeçalho por varais articulados – os “cambões”. Tiras de couro – as “tamboeiras” – ligavam o cambão entre si. A canga repousa na nuca dos bois, prendendo-os pelo pescoço, que ficava entre dois bastões perpendiculares, atados ou embutidos na canga – os “canzis” – cujas pontas inferiores eram ligados por uma fita de couro – a “brocha” – passada pela barbela do animal. Atrelada ao cabeçalho ficava a “junta-mestra” ou de “pé-de-carro” ou “junta-de-coice”, a mais importante de todas, pois, além de abrir a marcha, sustentava grande parte do peso do carro. A que se lhe segue é chamada “junta-forte” e as outras “juntas-de-frente”. Desse modo, o manejador, poderia ter o controle total da junta, estabelecendo a força e velocidade do animal, além de ter o controle para parar e iniciar os movimentos.

O carro de boi e o carreiro sempre enriqueceram grandemente o folclore brasileiro, fornecendo interessantes e variados temas para pitorescas e expressivas toadas pelo pais a fora.

Fonte: Secretaria Municipal de Cultura.
Fotos: Acervo Secretaria Municipal de Cultura e Diná da Silva.