Os causos acontecidos

Sabe aquelas histórias de assombrações e aparições sobrenaturais que os mais antigos gostavam de contar aos mais jovens? Esse hábito de contar e narrar histórias dramáticas, geralmente na calada da noite, foi uma expressão da cultura popular de Praia Grande.
Esses “causos” oriundos da oralidade e da literatura oral marcou um tempo no qual a presença da energia elétrica não era tão comum, acontecendo como um dos passatempos das famílias, onde um ou mais membros da família contavam histórias que assombravam os presentes. Contavam sobre espíritos, bruxas, passagem por cemitérios, potes de ouro enterrados e guardados por alguma alma perdida.
Desse tempo conhecemos histórias do Curupira, do Mboi-tata, das Bruxas, das almas penadas e do Gritador, a mais conhecida lenda sobrenatural de nossa região.
Muito dessas lendas e historias são consideras fantasiosas e ficcionais, que ilustravam aspectos das relações sociais, superstições e elementos culturais perpetuadas durante gerações. São as “consciências de experiências”, suas crenças e práticas enraizadas nessas recreações de contar e recontar “causos”, de significar e resignificar o presente, de ilustrar aspectos cotidianos pelo falado/narrado. Entretanto, é curioso o fato de que quem conta, afirma que as historias foram realmente vividas, passadas pelo contador e por isso é denominado “causo acontecido”.