Roça da Estância e a Invernada dos Bois

No início da colonização de Praia Grande os patrões pecuaristas de cima da serra passaram a criar suas roças. Essas, como estavam distantes da fazenda, ficaram conhecidas como Roças da Estância, base de subsistência agrícola retirada das lavouras e roçados. A roça não estava localizada nas intermediações da estância, mas sim, no fundo do vale, na parte baixa dos contrafortes da serra. Isso proporcionou uma característica cultural do extremo sul catarinense: a roça da estância.

 

Os moradores antigos contam desse vai vem entre as estâncias e os roçados, em que as mulas e as tropas abriam os caminhos e ligavam as estâncias serranas com as férteis terras do litoral. Os agregados e peões das estâncias e até mesmo os escravos faziam o transporte de mercadorias entre as terras dos vales com as estâncias serranas. Nesse sentido o tropeirismo e a roça da estância conectavam-se economicamente e socialmente, onde deixaram marcas culturais até os dias atuais.

 

Outra característica cultural eram as invernadas para os bois. Tirando o proveito das terras férteis dos vales e campos mais próximos do litoral, os estancieiros vinham passar os longos dias de frio do inverno. Desciam a Serra, com suas tropas de boiadas em busca de pasto verde, uma vez que os pastos serranos secavam com a geada e eram os pastos verdes das campinas da planície que alimentavam e engordavam toda a boiada durante o rigoroso inverno que castigava os imensos campos das Estâncias Serranas. Assim, era comum que o estancieiro serrano mantivesse uma pequena fazenda nas terras onde hoje está localizada Praia Grande.

 

Como memória e uma marca cultural que Praia Grande, historicamente, esteve ligada com os estancieiros serranos, seja para os roçados ou para a invernada dos bois.

 

Fonte: Secretaria Municipal de Cultura.

Fotos: Canyons e Peraus; Viagens e Caminhos; Viagens por aí; Frank Cardoso Lummertz; e Danilo Barretto.