Padre Balduíno Rambo

Nosso Memórias de hoje não se trata especificamente de um praigrandense, mas de uma pessoa significativamente importante para o desenvolvimento da região e sobretudo para a preservação do meio ambiente. Se trata do Pe. Balduíno Rambo, nascido em Montenegro, no RS, em 11 de agosto de 1906 e falecido em 12 de setembro de 1961) foi um religioso, professor, jornalista, escritor, botânico e geógrafo brasileiro. Cursou filosofia em Pullach, na Alemanha, aproveitava os dias de folga para excursões científicas em meio a natureza, sua verdadeira paixão, cujos resultados foram publicados em revistas alemãs e brasileiras.
Voltou ao Brasil em 1931 e tornou-se professor de história natural no Colégio Anchieta em Porto Alegre, onde ficou até 1933. Foi fundador da cátedra de Antropologia e Etnografia da UFRGS em 1940, também lecionou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Leopoldo, futura Unisinos. Durante os anos de 1930/40 fez sucessivas excursões pela serra gaúcha e se apaixonou pelo Itambezinho, através de seus artigos e militâncias, fez campanha pela criação de um Jardim Botânico em Porto Alegre e conseguiu que o Itaimbezinho fosse declarado Parque Nacional. Devemos a ele, o início da preservação de nossos cânions. Suas pesquisas botânicas resultaram num acervo de plantas de 50.000 exemplares em 1948, cerca de 90% da flora nativa. Em 1942 publicou sua primeira grande obra “A fisionomia do Rio Grande do Sul”, uma descrição detalhada da geografia do estado, incluindo mapas e 30 ilustrações paisagísticas, feitas a partir de fotos aéreas tiradas por ele em viagens por todo o território, realizadas com um avião do terceiro Regimento de Aviadores de Canoas. Em seus escritos muitas vezes alertou sobre os problemas ecológicos que já começavam a aparecer no estado, tornando-se com isso um dos precursores do ambientalismo brasileiro. Publicou muitas coisas, entre elas, Os Estudos Botânicos em Sombrio e A Flora de Cambará. Junto com José Lutzenberger são considerados os patronos da preservação ambiental e ecológica do Brasil.

Fonte: Secretaria Municipal de Cultura.
Fotos: Domínio Público.