PONTES MOLHADAS NO RIO MAMPITUBA
Imaginem uma época em que cruzar a margem de um rio de um lado para outro era um desafio e um conhecimento estratégico. Nem todos os lugares tinham “passo” como se dizia antigamente. Até por isso, algumas localidades da região eram batizadas assim, Passo do Sertão (hoje São João do Sul), Passo da Ilha, Passo do S (na Serra Gaúcha) e Passo de Torres. Conhecer e saber por onde cruzar o rio era essencial. Passava-se mercadorias e animais, com ou sem ajuda de pequenas embarcações, tais como canoas ou balsas. Uma solução encontrada foi a construção das pontes molhadas. Uma estrutura de concreto baixa, feita no próprio piso do rio. Recebiam esse nome pela simples razão de que a água continuava passando por cima da estrutura. Não era muito volume de água, era a medida correta do nível do rio com a que os automóveis poderiam cruzar com segurança. Um dos problemas eram nos dias de chuva forte. Caso o rio ficasse cheio, era impossível de cruzar. Ai a solução era estacionar o automóvel em segurança, de preferência longe das margens do rio e cruzar a pé pelas pontes pênsil. Outro problema era, que se a cheia virasse enxurrada, a ponte corria o risco de ir embora com a força das águas.
Em Praia Grande, a primeira grande ponte molhada construída, foi a ponte Casa Nova, localizada a altura do rio Mampituba onde hoje é denominado de Recanto. Essa ponte era importante e estratégica, porque além, de conectar as famílias que viviam em ambas as margens, favorecia a conexão da linha de ônibus entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Isso se dá por volta da década de 1950. Outra ponte molhada importante para Praia Grande, foi a localizada no Balneário Bira, essa já mais localizada no centro da cidade e fazia ligação direta com a Rua Nova, atual cidade de Mampituba, localizada na margem sul do rio no estado do Rio Grande do Sul.
A solução das pontes molhadas foi incorporada em todo o município e região. Pratica de construção para rios com canchas baixas, muitos seixos e volumes de água sazonal.
A ponte do Bira era uma atração na cidade, muitas pessoas gostavam de passar sobre ela caminhando e sentir a água correr sobre seus pés. Nos finais de semana o balneário sempre estava cheio de pessoas e muitas se divertindo na ponte.
Fonte: Secretaria Municipal de Cultura.
Fotos: Acervo Secretaria Municipal de Cultura.
Redação: Frank Cardoso Lummertz.