Espigão de Barro ou Cachoeira: Nossas Comunidades

O termo “espigão” é usado para significar pequenas ou grandes elevações nas planícies, servindo por vezes de divisor das águas. Espigão de Barro foi o nome dado por Pe. João Reitz, quando denominou oficialmente a capela, em 1938, ao morro mais alto da localidade que atualmente é denominado Cachoeira. Este nome, por sua vez, pertence a um local mais baixo onde o rio Cachoeira tem a sua última queda, antes de desaguar no rio Canoa (Cachoeira de Baixo).

 

Por volta de 1894 já havia diversos moradores na zona. O atual cemitério, um pouco ao norte da capela, teve um tétrico início, pelo tempo da revolução de 1893, que repercutiu profundamente em toda zona. Maragatos (oposição) e Picapáus (governistas), facções revolucionárias da época, tinham também aí seus adeptos.

 

O primeiro a ser enterrado no cemitério foi Camilo Manoel da Silva, morto neste período revolucionário. Seu cadáver, que jazia insepulto por 3 dias, foi encontrado já em parte devorado pelas aves de rapina.

 

Ainda mais turbulentos ficariam os tempos para as populações da zona.

 

Manoel Rodrigues, que vira seu pai ser tirado da cama e degolado pelos Picapáus, deu início a uma cruenta revolta local que se espraiou por Praia Grande, Glória (Pirataba) e Passo do Sertão. Neste período foi morto Amândio Borba, nos Pinheiros, localidade adjacente ao Passo do Sertão. Tiroteios, morticínios, depredações, assaltos ao bem alheio eram frequentes durante 2 anos, depois dos quais fizeram-se as pazes em Rio Verde.

 

O cemitério, tão tristemente iniciado, foi sempre cuidado pelos moradores da localidade. A localidade em 1945 possuía 12 casas. Sua mola de progresso foi a Capela, que atraia o povo todos os domingos e dias de missa. Nessa época possuía uma escola municipal.
Muitos opinavam que a capela deveria ser construída em Cachoeira (atual Cachoeira de Baixo). O material em boa parte já estava ajuntado e até feita parte da armação. Levando em consideração a dificuldade de o cemitério estar afastado da igreja resolveram transportar tudo para Espigão de Barro.

 

A igreja, com o auxílio popular, foi erguida em poucas semanas, sendo solenemente benta, junto com a imagem nova do Padroeiro, sendo ele S. Bom Jesus, em 6 de agosto de 1938, pelo Pe. João Reitz.

 

Fonte: Texto adaptado Secretaria Municipal de Cultura do livro Paróquia de Sombrio do Pe. Raulino Reitz publicado originalmente no ano de 1948.

Fotos: http://www.praiagrandedoscanyons.com.br/historia.htm

Obras consultadas: “Paróquia de Sombrio”, do Pe. Raulino Reitz.